Turismo

Governo relança venda da TAP quase 2 anos após recusa da venda a Efromovich

O Governo anunciou esta quinta-feira o lançamento do processo de privatização da TAP, dois anos depois de ter recusado a venda ao grupo Synergy, detido pelo empresário colombiano Germán Efromovich, na altura o único concorrente à privatização.

Depois de, em dezembro de 2012, o executivo ter decidido suspender a venda, foi hoje aprovado em Conselho de Ministros um processo de privatização da TAP, pela alienação de ações representativas de até 66% do capital social da TAP SGPS.

Há dois anos, a Synergy Aerospace, detida pelo empresário German Efromovich, era a única empresa na corrida à privatização da TAP. Desde então, outras empresas têm manifestado interesse na compra da transportadora aérea liderada por Fernando Pinto.

A 01 de outubro último, o presidente da TAP, Fernando Pinto, afirmou no parlamento que já tinha apresentado ao Governo "três ou quatro interessados" na privatização da companhia.

O empresário português Miguel Pais do Amaral, com o antigo dono da Continental Airlines, Frank Lorenzo, o grupo espanhol Globalia, dono da Air Europa, o empresário Gérman Efromovich e a companhia brasileira Azul têm sido apontados na imprensa como interessados na operação.

Já esta tarde, após o anúncio do Governo, o empresário Miguel Pais do Amaral disse à Lusa que vai analisar com o consórcio financeiro a privatização de 66% da TAP e lembrou que o projeto que tinha para a companhia aérea era sobre 100% da empresa.

Principais momentos do processo:

2014

13 de novembro - O Governo aprova, em Conselho de Ministros, um processo de privatização da TAP, pela alienação de ações representativas de até 66% do capital social da TAP SGPS.

15 de outubro – O Governo afirma, na proposta de Orçamento do Estado para 2015, que pretende relançar a privatização da TAP até ao final de 2014, fazendo depender a operação da “existência de condições de mercado propícias ao sucesso da operação”.

14 de outubro - O ministro da Economia, António Pires de Lima, afirma que seria vantajoso que a privatização da TAP acontecesse ainda durante esta legislatura.

17 de junho - O Governo anuncia que recebeu o relatório de avaliação da TAP, elaborado pelos assessores financeiros do processo de privatização, confirmando-se a subida de valor em 2013 face à anterior avaliação de 2012.

02 de maio – O grupo TAP anuncia que fechou 2013 com um prejuízo de cerca de 5,9 milhões de euros, uma melhoria em relação às perdas de 42,2 milhões de euros registadas um ano antes, indica o relatório e contas da Parpública.

16 de janeiro – Fonte governamental diz à Lusa que o Governo pediu aos assessores financeiros da privatização da TAP uma atualização da avaliação da companhia aérea, tendo em vista a privatização.

2013

25 de outubro - O presidente da TAP, Fernando Pinto, afirma ter conversado com o dono do grupo Synergy, que em 2012 foi o único candidato à compra da companhia, adiantando que German Efromovich continuava “com entusiasmo” para prosseguir na privatização. Fernando Pinto considera estrategicamente "boa" a proposta do empresário colombiano.

15 de janeiro - O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, afirma que o Governo tem intenção de lançar um novo processo de privatização da companhia aérea TAP em 2013.

2012

20 de dezembro - O Governo anuncia que decidiu recusar a proposta de compra do grupo Synergy para a TAP, o único concorrente à privatização da companhia aérea nacional. A então secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, afirma que a proposta do grupo Synergy para a compra da TAP foi rejeitada, porque não deu "as garantias adequadas": "Não foram cumpridos os requisitos previstos no caderno de encargos", explicou, na altura, a governante, ressalvando que a proposta de German Efromovich era "positiva, coerente e alinhada com a estratégia do Governo".

07 de dezembro - O empresário German Efromovich, dono do grupo Synergy, entrega a proposta vinculativa para a compra da TAP.

02 de agosto - O Conselho de Ministros aprova a reprivatização da TAP, uma operação que previa duas fases: uma através de aumento de capital e outra através de venda de ações.