Sindicato apela ao INAC para evitar castigos aos que reportam acidentes com aviões
O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) apelou hoje ao INAC para pressionar as empresas do setor a cumprirem a legislação para evitar que os trabalhadores sejam penalizados por reportarem acidentes ou incidentes com aviões.
Em declarações à Lusa, Fernando Henriques explicou que a suspensão de um trabalhador da Groundforce que reportou um acidente recente na escala do Porto com um avião da Portugália abriu um "precedente grave", pondo em causa a segurança da aviação civil em Portugal.
"A decisão de penalizar o trabalhador contraria a legislação nacional e comunitária que desincentiva a repressão sobre os trabalhadores que estejam envolvidos em acidentes ou incidentes com aviões", explicou o sindicalista à margem de uma concentração de trabalhadores da Groundforce.
A legislação procura que “esses incidentes ou acidentes sejam comunicados pelos trabalhadores que os originam e o eventual dano causado seja reparado antes de ir para o ar e assim diminuir a hipótese de o avião ter um acidente grave no ar”, acrescentou.
O sindicalista defendeu que a penalização do trabalhador faz com que "nenhum trabalhador se vá sentir tão confortável ao comunicar o incidente ou acidente em que esteja envolvido com medo de eventuais represálias ou de eventualmente perder até o seu posto de trabalho”.
"Não abdicamos que o Instituto Nacional da Aviação Civil [INAC] tome uma posição", declarou.
Para alertar para esta questão, o SITAVA realizou hoje uma greve de três horas e uma concentração de trabalhadores da Groundforce nos aeroportos de Lisboa, Porto e Funchal.