Turismo

Um terço dos trabalhadores da hotelaria e restauração do Centro são clandestinos

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria  de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro (STIHTRSC) estima  em "cerca de um terço" os empregados que "trabalham clandestinamente", na  época alta, no setor da região Centro.

"Na época alta, cerca de 30% dos trabalhadores das unidades hoteleiras  e de restauração" da região Centro, "sobretudo no litoral, são mão-de-obra  clandestina", afirmou hoje, à agência Lusa, à margem de uma conferência  de imprensa, na Figueira da Foz, o presidente do STIHTRSC, António Baião.

Na zona interior da região Centro a percentagem de empregados, neste  setor de atividade, em situação ilegal deverá ser "um pouco inferior", mas  "estende-se por todo o ano", adiantou o dirigente sindical.

Ao contrário da situação do setor, cujos resultados têm vindo a melhorar,  sobretudo em consequência do aumento de turistas estrangeiros, "os patrões,  sobretudo da hotelaria e da restauração", continuam a desinvestir na "qualidade"  dos serviços e, portanto, nos profissionais, sublinhou António Baião, adiantando  que "os melhores estão a emigrar".

"Não poderemos ter turismo de qualidade se os melhores [profissionais]  continuarem a emigrar", alertou o dirigente sindical, sustentando que "a  saída de trabalhadores de qualidade para o estrangeiro" se deve essencialmente  ao aumento da precariedade laboral e aos "baixos salários" pagos em Portugal.

Na conferência de imprensa, os dirigentes sindicais lamentaram que os  empresários, embora reconheçam que têm tido, ultimamente, "boas ocupações"  (como "comprovam todas as estatísticas"), insistam, "como a avestruz", em  meter "a cabeça na areia, evocando o aumento do IVA como o único problema"  do setor.

"Simbolicamente", o STIHTRSC, escolheu a entrada do Casino Peninsular,  na Figueira da Foz, para realizar a conferência de imprensa de hoje, por  considerar que se trata de uma empresa que constitui um caso "lamentável"  de "desinvestimento na qualidade" e que, "nos últimos anos" tem ignorado  que "os trabalhadores são a primeira imagem de uma unidade".