Ryanair diz que "sempre cumpriu" compromissos contratuais em Faro
A companhia aérea de baixo custo Ryanair disse hoje que "sempre cumpriu" os compromissos contratuais no aeroporto de Faro, voltando a criticar o Turismo de Portugal por rejeitar o plano de expansão da empresa na cidade algarvia.
"A Ryanair sempre cumpriu e continua a cumprir os seus compromissos contratuais em Faro. Desde que a sua base abriu em Faro, a Ryanair aumentou o número de passageiros de 580 mil em 2009 para mais de 1,5 milhões em 2012 além de que a Ryanair é responsável por cerca de 30% de todo o tráfego aéreo em Faro na época de inverno", diz a empresa em nota hoje enviada às redações.
Na semana passada, a companhia havia acusado o Turismo de Portugal de rejeitar um plano de expansão para o aeroporto de Faro que teria o objetivo de aumentar o tráfego de inverno em 35%, com o Turismo de Portugal a declarar que não impediu a Ryanair de aumentar a operação no aeroporto, explicando que não aceitou pagar à companhia os valores exigidos por considerar que "não eram proporcionais".
O Turismo de Portugal garantiu então que não rejeitou um plano de expansão para o aeroporto de Faro, "matéria para a qual não teria sequer competência", acrescentando que rejeitou pagar os valores que a empresa pediu para reforçar a operação no Algarve, uma vez que "os valores pedidos pela Ryanair não eram proporcionais".
A Ryanair questiona hoje a competência da entidade para decidir sobre o plano de expansão: "Se o Turismo de Portugal, tal como afirmou, não tem competência para engajar com as companhias aéreas a fim de promover voos para Faro, porque solicitou então esta proposta e subsequentemente a rejeitou?", interroga a companhia aérea.
O secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, lembrou entretanto que o Turismo de Portugal "não faz gestão de planos de expansão de aeroportos" e disse que "nada impede" a Ryanair de "investir em Portugal, se quiser".
Em declarações à Lusa na semana passada, no final da celebração do protocolo de colaboração entre o Turismo de Portugal e a Federação Nacional de Associações de Business Angels (FNABA), Mesquita Nunes explicou que "o Turismo de Portugal rejeitou a proposta da Ryanair" por considerar que os valores pedidos não eram proporcionais para aumentarem os voos e as rotas para Portugal ou, especificamente, para o Algarve.
Segundo a companhia aérea irlandesa, o plano contemplava a abertura de três rotas de inverno para Colónia, Dortmund e Memmingen, na Alemanha, um aumento dos voos semanais em 35% e um crescimento do número de passageiros em 70 mil, que gerariam 70 novos postos de trabalho.
"É surpreendente que uma organização cujo mandato é promover o turismo no Algarve ignore a maior companhia aérea da Europa e a número um em Faro, particularmente num momento em que o desemprego em Portugal é de 18%", disse o diretor de comunicação da empresa, Robin Kiely.
A Ryanair considera que, em parceria com o Turismo de Portugal, "pode fazer aumentar o turismo e tráfego rapidamente, bem como postos de trabalho, já que o turismo é uma das poucas indústrias que irá reagir rapidamente ao estímulo".