Os turistas estrangeiros compensaram a redução de dormidas dos residentes em Fevereiro, mês em que as dormidas na hotelaria registaram um aumento ligeiro de 0,6%, para 1,9 milhões, divulgou hoje o INE.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), este "ligeiro aumento" resultou do crescimento de 5,0% por parte dos residentes no estrangeiro (mais 5,2% em Janeiro), já que as dormidas de residentes se reduziram em 7,8% (menos 6,2% em Janeiro).

De acordo com o INE, a Madeira e Lisboa foram as únicas regiões que apresentaram acréscimos homólogos do total de dormidas (mais 5,7% e 4,9%, respectivamente) em Fevereiro, tendo as restantes regiões evoluído negativamente, com o Algarve a inverter a tendência de crescimento e a recuar 1,5% em termos homólogos.

Ainda assim, em Fevereiro, mês do Carnaval, o Algarve foi a região com o maior número de dormidas, tendo concentrado 27,7% do total.

Quanto aos proveitos da hotelaria, apresentaram em Fevereiro evoluções homólogas positivas de 1,6% nos proveitos totais (cara 82,3 milhões de euros) e de 1,0% para os de aposento (para 54 milhões de euros).

O INE destaca que, no período, o mercado irlandês cresceu "significativamente" face ao período homólogo (mais 30,7%), tal como o britânico (mais 7,7%), o alemão (mais 7,2%) e o holandês (mais 7,0%).

Em sentido inverso, destaque para os recuos dos mercados espanhol e brasileiro (menos 15,4% e menos 1,5%, respectivamente).

No total, em Fevereiro os estabelecimentos hoteleiros registaram 725,1 mil hóspedes e 1,9 milhões de dormidas, em ambos os casos mais 0,6% do que no período homólogo de 2012.

Os apartamentos e aldeamentos turísticos destacaram-se das restantes tipologias pelos seus aumentos homólogos nas dormidas (mais 12,7% e mais 11,6%), mantendo a tendência dos últimos meses (mais 17,2% e mais 36,6% em janeiro e mais 17,1% e mais 15,2% em dezembro).

Já as dormidas em hotéis cresceram 3,5%, "apenas com o contributo positivo das categorias de cinco e quatro estrelas", enquanto nos hotéis-apartamentos registaram-se resultados negativos (menos 9,0%) ainda piores que no mês anterior (em que recuaram 4,9%).

Em linha com os meses anteriores, a evolução das dormidas de residentes permaneceu negativa em Fevereiro, sendo compensada pelo crescimento das dormidas de não residentes.

Os residentes foram responsáveis por 597,5 mil dormidas (menos 7,8% do que em Fevereiro de 2012), mantendo a tendência decrescente que se verifica há mais de um ano e agravando os resultados do mês anterior (menos 6,2%).

Pelo contrário, as dormidas de não residentes, com evolução homóloga positiva desde o início de 2012, atingiram 1,3 milhões, superando em 5,0% os valores de fevereiro do ano anterior (mais 6,2% em Dezembro de 2012 e mais 5,2% em Janeiro de 2013).

O INE nota que os oito principais mercados emissores concentraram 72,3% das dormidas de não residentes e revelaram "evoluções maioritariamente positivas" em Fevereiro.

Em Fevereiro, a taxa de ocupação-cama dos estabelecimentos hoteleiros foi de 26,2%, ligeiramente superior aos 25,7% do mês homólogo de 2012, e a estada média dos turistas foi de 2,6 noites, igual à do mês homólogo de 2012.

O RevPAR (rendimento por quarto disponível) na hotelaria foi de 16,3 euros em fevereiro 2013, superando o do período homólogo em 1,9% (-2,2% em Janeiro).

Apesar de o mercado angolano não integrar o grupo dos principais mercados emissores de turistas para Portugal (representou apenas 0,5% das dormidas de não residentes em 2012), o INE destaca "a tendência acentuada de crescimento, nomeadamente no último ano", que tem revelado.