Turismo

Agentes criticam greve da SATA

A Associação de Agências de Viagens (APAVT) considerou hoje "ilegítima" e "egoísta" a greve de seis dias em Abril e Maio na SATA por coincidir com os "dois dos poucos eventos que os Açores têm para atenuar a sua sazonalidade".    "Os Açores acabaram de ser sequestrados pelos sindicatos e todos nós temos que pedir o fim deste sequestro", disse à Lusa o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, realçando que "a ação é perfeitamente ilegítima por mais legítimos que sejam os interesses defendidos pelos sindicatos que anunciam esta greve".   O porta-voz das agências de viagem realçou que os efeitos da greve dos trabalhadores da SATA serão "mais desagradáveis" do que a paralisação convocada na TAP para março, que entretanto foi desconvocada, devido à "grave insularidade e sazonalidade" do arquipélago.   "É preciso pensar que os Açores têm um problema grave de insularidade e de sazonalidade, enfrentando ocupações médias na hotelaria de cerca de 30%. Neste momento, a ocupação estará abaixo dos 20%, em alguns casos abaixo dos 15%", declarou.

Pedro Costa Ferreira explicou que a greve foi marcada para "uma altura em que acontecem dos poucos eventos - o Rally dos Açores e a festas do senhor Santo Cristo, em São Miguel, - e um egoísmo face à população açoriana"."Não devemos esquecer que a SATA é um dos poucos instrumentos de atenuação do desenvolvimento dos Açores e contribuir para o enfraquecimento da SATA é contribuir para o isolamento do arquipélago mais do que ele já está".Assim, a APAVT apelou à rápida desconvocação da greve, que "foi tão inconscientemente anunciada", pedindo que "não comecem com reuniões para as próximas semanas para chegarem a um entendimento na véspera da greve", o que seria catastrófico para o turismo dos Açores.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) entregou à administração da SATA o pré-aviso de greve que confirma a paralisação em seis dias de Abril e Maio, anunciou a estrutura sindical. Deste pré-aviso consta também "a garantia de que os serviços mínimos e os voos de emergência serão assegurados" durante a greve, agendada para os dias 23, 24 e 25 de Abril e 2, 3 e 4 de Maio.