Agências de viagem estabelecem fim-de-semana como prazo para desconvocar greves na TAP
O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagem e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira, disse hoje que o prazo para a desconvocação das greves na TAP e SATA não pode ir além do fim-de-semana.
Caso contrário, segundo o responsável da associação, que hoje se reuniu com o secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, mesmo que haja um cancelamento das greves previstas para a próxima semana, pode ser tarde demais e "inconsequente". "Há que entender, de uma vez por todas, que a eventual desconvocação da greve, a ter lugar apenas na sua véspera, será um fracasso, pois o mal estará feito e sem recuperação possível", afirmou, em comunicado, o presidente da APAVT. A associação disse ter dado conta ao Executivo "das graves consequências que o anúncio de greves na TAP e SATA está já a causar para o turismo nacional" e das preocupações do setor "face à ausência de respostas atempadas por parte do Governo". "Embora apelando ao bom senso e patriotismo das partes, a APAVT entende que, não se vislumbrando uma solução que conduza à desconvocação imediata da greve, o Governo não deverá vacilar quanto a uma requisição civil que, não eliminando as consequências, poderá ainda assim mitigar parte do impacto negativo sobre o Turismo e a economia nacional", acrescentou a associação. Na terça-feira, o presidente da TAP, Fernando Pinto, disse que já foram canceladas 21.000 reservas de voos para os dias da greve, de 21 a 23 de março, um protesto que, a concretizar-se, deverá custar 15 milhões de euros. Os 12 sindicatos representativos dos trabalhadores da TAP entregaram o pré-aviso de greve para os dias 21, 22 e 23 de março, em protesto contra os cortes salariais na companhia área. Em Fevereiro, a TAP implementou os cortes salariais determinados para a generalidade da função pública e das empresas do setor empresarial do Estado, entre os 3,5% e os 10%, em salários brutos acima de 1.500 euros.