Turismo

Iberia coloca em voos alternativos maioria dos passageiros afectados por greve

A companhia aérea espanhola Iberia informou hoje que já colocou em voos alternativos a maioria dos passageiros afectados pela greve dos trabalhadores da empresa, que começa segunda-feira, em protesto contra a reestruturação e despedimento de quase 4.000 pessoas.

Em comunicado, a empresa aérea espanhola diz ter colocado em voos alternativos 60.000 dos cerca de 70.000 passageiros dos voos afectados, ou cerca de 85% do total, tendo os restantes sido reembolsados pelos seus bilhetes.

Um balanço feito pela Lusa indica que a greve dos trabalhadores da Iberia, que começa na segunda-feira, vai obrigar ao cancelamento de mais de 1.200 voos das companhias áreas do grupo e da Vueling só nos primeiros cinco dias.

A paralisação dos trabalhadores de terra e dos tripulantes de cabine (TCP) - convocada em protesto contra o plano de reestruturação da empresa, que levará a 3.800 despedimentos realiza-se em três blocos de cinco dias: entre 18 e 22 de Fevereiro, entre 4 e 8 de Março, e entre 18 e 22 de Março.

Os pilotos da Iberia somam-se ao protesto a partir do segundo bloco (no dia 4 de Março), mas fontes da empresa antecipam que isso não afectará o número de cancelamentos, que deverá permanecer idêntico ao do primeiro bloco, visto que os serviços mínimos para o protesto estão já determinados.

Entre os voos cancelados contam-se 415 da Iberia, 357 da Air Nostrum e 95 da Iberia Express, a que se somam 351 da Vueling, empresa que formalmente não faz parte do grupo Iberia, mas nas qual a companhia espanhola tem uma participação significativa.

Trata-se, aproximadamente, do cancelamento de cerca de 40% das ligações nacionais e europeias e de 10% das de longo curso.

No bloco de voos cancelados contam-se, duas ligações (ida e volta) diárias entre Madrid e Lisboa, no caso da Iberia e uma ligação (ida e volta) diária na Air Nostrum entre Madrid e Porto.

A Vueling cancelou uma ligação por dia (ida e volta) entre Lisboa e Barcelona, nos dias 18, 20, 21 e 22 de Fevereiro.

Fonte da Iberia confirmou à Lusa que todos os passageiros afectados pela greve foram já recolocados em voos de outras companhias aéreas ou, caso não lhes conviesse essa alternativa, foram reembolsados pelos seus bilhetes.

Uma operação a que a Iberia já está 'habituada', depois dos vários dias de paralisações dos pilotos no ano passado, mas que custa, estima fonte da empresa, cerca de 3 milhões de euros diários aos cofres da Iberia.

Ana Pastor, ministra do Fomento, disse na semana passada que o custo para a economia espanhola da paralisação poderia ultrapassar os 10 milhões de euros por dia.

A empresa explica ter posto em marcha um plano de contingência, flexibilizando tarifas para facilitar as mudanças ou reembolsos aos clientes e conseguindo vários acordos de protecção com outras empresas para oferecer alternativas aos voos.