A escala no porto do Funchal do navio de cruzeiro Thomson Majesty, que opera para a Thomson Cruises, foi cancelada. Após as hipóteses que davam a chegada para ontem e depois para a possível chegada na última noite, a decisão de falhar a escala no Funchal é a mais natural, uma vez que, ontem à noite, o navio ainda nem sequer tinha saído do porto de La Palma, nas ilhas Canárias, onde um acidente matou cinco tripulantes e feriu outros três.A informação foi confirmada ontem à tarde pela presidente da Administração dos Portos da Madeira. Ainda ontem ao início da noite, o sítio da APRAM na Internet continuava a informar que o navio de cruzeiros iria escalar no Funchal a partir das 00h01 de hoje saindo depois para Agadir às 22h00 desta noite. Uma alteração que permitiria aos passageiros assistir ao desfile Trapalhão que sai à rua esta tarde, algo que inicialmente não estaria previsto.No entanto, após o contacto do DIÁRIO, Alexandra Mendonça disse que inclusive "havia a hipótese de chegar amanhã (hoje) de manhã, mas efectivamente já cancelou". A razão é clara: "Ainda estão em fase de peritagem do que ocorreu no porto de La Palma e ainda não saíram. A situação não está muito fácil de avaliar."Nomeadamente a questão dos seguros que devem levar o seu tempo a serem accionados.Um situação, naturalmente, inesperada e que acaba por afectar indirectamente a Madeira. "Não há nada a fazer. Acontece não por nossa culpa. Já no ano passado aconteceu mas com a greve de Lisboa, em que acabámos por apanhar por tabela. Agora, infelizmente por causa de um acidente, temos mais um cancelamento", acrescentou. Aliás, Alexandra Mendonça salientou que os responsáveis do navio "ainda não sabem quando saem de Canárias".Falharam as regras de segurança?As notícias que chegam da investigação ao acidente, em que morreram cinco tripulantes e outros três ficaram feridos, dois dos quais com gravidade, dão conta que as regras internacionais para exercícios de segurança em navios, nomeadamente nos salva-vidas, não foi cumprido.Segundo a Organização Marítima Internacional, para prevenir os recorrentes acidentes com botes salva-vidas em navios, desde 1 de Julho de 2008 foram introduzidas novas directrizes que obrigam a que este tipo de exercícios (descida dos botes até ao mar, simulando o abandono do navio, e posterior recolha até ao convés) seja realizado com o mínimo de tripulantes necessários a bordo e, de preferência, para garantir que nada ocorra, sem nenhum tripulante a bordo do bote que tem capacidade para 150 pessoas.As autoridades estarão a investigar este ponto do exercício que resultou na queda do bote, quando os cabos de aço se partiram. O mergulho 'de cabeça' terá ocorrido de uma altura de 17 metros com os oito tripulantes a bordo.O Thomson Majesty é um navio de cruzeiros propriedade da Louis Cruises, mas que opera actualmente em regime de 'leasing' para a Thomson Cruises, do grupo TUI. O navio foi lançado ao mar em 1992, no entanto desde Maio de 2012 está na frota de 5 navios da Thomson.Durante o actual período de cruzeiros, realiza viagens entre as ilhas de Canárias, a Madeira e Marrocos. Nesta última viagem encontravam-se a bordo cerca de 1.400 passageiros e 600 tripulantes.