Turismo procura novo rumo
Arranca esta quinta-feira na ilha Terceira, nos Açores, o XXXIX congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), evento subordinado ao tema “Novos rumos; outra atitude”.
Novos rumos porque segundo Pedro Costa Ferreira já não faz sentido falar-se de crise. “Uma crise está associada a um tempo, e admite a ideia de retorno à casa de partida, ao modo e ao estilo de vida que a precedeu. Porém, será hoje consensual que, mais do que uma crise, vivemos o início de um novo tempo, porventura mais difícil, mas apenas mais difícil. Não inultrapassável; não invencível. Se for um fado, porque estamos em Portugal, será certamente o fado que a nossa atitude quiser que seja”, opina o presidente da APAVT.
Outra atitude. “Porque é exactamente uma postura diferente, aquela que nos é imposta pela necessidade de prosseguir na senda do desenvolvimento, pela necessidade que temos de vencer as adversidades que este contexto económico nos apresenta. Outra atitude que esteja muito para lá do simples e repetido lamento, inacção e reivindicação. Uma atitude que tenha a ver com a recusa do conformismo, com determinação, com criatividade, bem como com a rejeição de proteccionismos retrógrados e saloios”, referiu Pedro Costa Ferreira na apresentação do congresso deste ano.
Açores representa modernidade
A reunião magna dos agentes de viagens e de turismo continua privilegiar os destinos nacionais, fruto do compromisso da direcção da APAVT com a necessidade de superação de Portugal, concretamente, “com a necessidade de estimular as exportações e o turismo interno”.
A APAVT vai este ano pela primeira vez a Angra do Heroísmo para provar que Portugal continua a ter muito por descobrir, fruto da sua diversidade.
Na Cidade Património Mundial da Humanidade, os congressistas vão encontrar história, dimensão atlântica, hospitalidade e algo que no contexto dos 19 concelhos dos Açores, é apresentado como “a chave do Velho para o Novo mundo”.
No melhor destino turístico “verde” da Europa, as nove ilhas foram classificadas pela Revista National Geographic, como as segundas melhores do Mundo, na esfera do Turismo Sustentável. Não lhes faltam produtos que marcam a identidade: o mergulho; a observação de cetáceos; o pedestrianismo; o geoturismo; o meeting industry; o surf; a vela; o golfe e a gastronomia são tidos como suportes da qualidade do destino no turismo de emoções, baseado numa matriz de natureza.
“Os Açores são um lugar onde as pessoas podem recuperar a alegria de viver, retemperando forças num destino de qualidade que tem todas as potencialidades para proporcionar momentos inesquecíveis a quem nos visita. Para além disso, os Açores reúnem também as condições fundamentais para a realização de eventos a vários níveis, nomeadamente de cariz cultural e desportivo, corporate, e acções de team building. Importa-nos alargar o leque de oferta existente, onde o turismo cultural se una ao ambiental, com especial enfoque para o produto MI – Meeting Industry, cuja importância para a economia regional é vital, não só pelo efeito multiplicador que gera, como também pelo facto de contribuir para atenuar a sazonalidade”, opina o secretário Regional do Turismo e Transportes dos Açores, Vitor Fraga.
O arquipélago representa para a APAVT, em termos turísticos, “a modernidade de Portugal”, e os seus dois valores mais emblemáticos, os recursos naturais e a autenticidade, “dois dos bens mais escassos do nosso planeta, e serão procurados por todo o mundo nos próximos anos”. Porém, em reflexão estará o facto de tamanho potencial não ter ainda a tradução desejada em fluxos turísticos concretos, significativos e consolidados.