Turismo residencial pode render mais de mil milhões
'Living in Portugal' inclui perto de 10 mil casas à venda no mercado internacional
O turismo residencial que o Governo está empenhado em promover pode render bem mais de mil milhões de euros. Basta que aumentem as vendas deste tipo de casas, permitindo assim criar emprego e ainda ajudar a construção e o imobiliário. Esse é um dos objectivos do programa 'Living in Portugal'.
"Portugal ainda não é muito competitivo. No sul da Europa as vendas ascendem a 100 mil unidades e Portugal só tem 4% destas vendas. Espanha tem 40%, França tem 25% e Itália 15%. Ainda assim, estes quatro mil imóveis geram receitas de mil milhões de euros e isso é algo que queremos aumentar", disse o Ministro da Economia, acrescentando ainda que a "aposta no turismo residencial é uma aposta na economia".
De acordo com o ministro, o turismo residencial produz "efeitos importantes para a economia". As visitas que gera "representam 9% da riqueza do PIB e de 8% do emprego e em 2011 somaram receitas externas líquidas de 5,1 mil milhões de euros".
É nesse sentido que Álvaro Santos Pereira diz que se deve "incentivar a compra de casa em Portugal" por parte dos estrangeiros. Para isso, diz, "é preciso que haja iniciativa privada para investir e apoio fiscal.
Nesse sentido, o Governo uniu o ministério da Economia, aos ministérios da Administração Interna, das Finanças e dos Negócios Estrangeiros para tornar os instrumentos jurídicos mais competitivos.
20 mil pediram autorização de residência
Foi assim criado um visto que dá autorização de residência aos estrangeiros que comprem casas a partir de 500 mil euros e criou-se um regime fiscal "que é dos mais competitivos da Europa", disse Santos Pereira, acrescentando que estes mecanismos são "essenciais para atrair investimento".
Mais de 20 mil estrangeiros adquiriram, em 2012, autorizações de residência em Portugal, sendo sobretudo cidadãos oriundos do Reino Unido, Espanha, Holanda e Alemanha, disse o ministro da Administração Interna. Miguel Macedo adiantou que, no programa de processamento de entradas e saídas de Portugal (PASSE), foram registadas 5,6 milhões de pessoas no ano passado, das quais 1,1 milhões tinham mais de 50 anos.
O ministro da Administração Interna afirmou que estes "números são bem significativos da importância que o sector do turismo tem para Portugal".
Portas enaltece produto estratégico
Também presente na cerimónia do programa "living in Portugal", o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, considerou o projecto "um produto estratégico" para o país.
"Portugal está na Europa, perto de África, a um voo da América Latina, tem sol, mar, surf, golfe, turismo religioso, turismo de natureza, turismo de saúde, turismo de negócios, turismo de eventos, excelente gastronomia, é hospitaleiro e é um país seguro. É, no mínimo, isto que nós temos que saber vender, atractivamente e competitivamente, porque há poucos países na Europa que garantem tudo isto ao mesmo tempo", sustentou.