Turismo

Turismo rural representa 40 milhões de euros por ano

"O turismo rural representa 40 milhões de euros por ano, mas há um crescimento  muito grande. Anualmente tem havido um crescimento de 3,5% de empresas  a entrarem no sector do turismo rural e um crescimento de 4,5% no  número de postos de trabalho", disse hoje osecretário de Estado da Agricultura, José  Albuquerque.   "Aquilo que é hoje 40 milhões de euros, poderá ser muito mais no futuro,  para além de não estarem aqui contabilizadas as atividades colaterais, como  a venda nos mercados locais, o escoamento da produção nas próprias unidades  de turismo rural e a promoção da imagem de Portugal no estrangeiro", acrescentou  José Albuquerque.   O governante salientou ainda que o executivo pretende dar todos os apoios  à agricultura, de forma célere e operacionalizada, porque "é difícil ter  turismo rural sem ter agricultura".    "No turismo rural temos o Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER),  com medidas específicas, como o agroturismo, que está a funcionar cada vez  melhor em termos de previsibilidade de pagamentos, o que dá confiança aos  empresários para investirem cada vez mais", disse.

"E para 2014 estamos já a desenhar o próximo programa de desenvolvimento  rural e a procurar sinergias entre os vários fundos comunitários, para potenciarmos  este tipo de atividade", acrescentou.   José Albuquerque falava à Lusa depois de ter presidido à abertura do  Seminário "Desafios para o turismo em meio rural", que decorreu no auditório  da biblioteca Municipal do Pinhal Novo, concelho de Palmela.

No seminário foi apresentado um "Estudo sobre a internacionalização  do turismo no meio rural", financiado pelo Programa para a Rede Rural Nacional  e realizado pela THR - Internacional Tourist Consultants, que salientou  a necessidade de uma grande cooperação entre as diferentes entidades públicas  e privadas do setor, para melhorar a oferta e promover a atividade no estrangeiro.  De acordo com o estudo encomendado pelo Gabinete de Planeamento e Políticas,  em parceria com a Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural e  com a colaboração do Turismo de Portugal, essa falta de coordenação e a  ausência de uma estratégia de promoção e comercialização constituem algumas  das debilidades do setor, razão pela qual Portugal ainda não aparece no  imaginário dos consumidores europeus de turismo rural.   Por outro lado, refere o estudo, a falta de numa estratégia promocional  e de comercialização também inviabiliza a comparação da oferta portuguesa  com a de outros países europeus, onde o setor do turismo rural está mais  desenvolvido.   Essa poderá ser mesmo uma das explicações possíveis para o facto de  os principais polos de turismo rural - na zona norte, região centro e Alentejo  - terem uma taxa de ocupação de apenas 18 por cento, muito inferior aos  25 por cento da média europeia.    O objetivo do estudo agora elaborado não só identifica alguns problemas  como aponta soluções possíveis, tendo como objetivo captar o interesse de  cada vez mais consumidores do turismo rural, que representam cerca de 13,4  milhões de viagens internacionais.