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Nicolás Maduro condena “perseguição judicial” e solidariza-se com Lula da Silva

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O Presidente da Venezuela condenou na sexta-feira o que designou de “perseguição judicial” contra o ex-presidente do Brasil Lula da Silva, com quem se solidarizou pela condenação a 12 anos de prisão por corrupção passiva e branqueamento de capitais.

“Quero fixar posição pública e expressar a consternação e dor do povo da Venezuela pela perseguição contra o ex-presidente do Brasil Lula da Silva. É uma canalhice vexatória o que estão a fazer”, disse Nicolás Maduro, que falava no estado de Vargas, a norte de Caracas, durante a reinauguração da área de pediatria do Hospital Rafael Medina Jiménez, ato que foi transmitido pela televisão estatal venezuelana.

Segundo o chefe de Estado, o ex-presidente do Brasil é “um homem honesto, que vem de fábricas e que tem sido um símbolo mundial de superação”.

É, também, um reconhecido “líder democrático” e um homem “comprometido com o povo”, salientou ainda Nicolás Maduro.

O Presidente da Venezuela considerou que “não existem provas”, mas que ainda assim Lula da Silva foi condenado a 12 anos de prisão por alegado “suborno”.

“O que acontece no Brasil é um golpe de Estado. Primeiro derrubaram a presidente constitucional Dilma Rousseff, com um golpe parlamentar, e agora querem pôr Lula da Silva na cadeia, porque está a liderar as sondagens e se for candidato com certeza o povo do Brasil fará dele presidente novamente”, frisou Nicolás Maduro.

Em janeiro último, Lula da Silva foi condenado a 12 anos e um mês de prisão, num processo relacionado com a Operação Lava Jato, o maior escândalo de corrupção do Brasil.

Lula da Silva foi acusado de ter recebido um apartamento de luso como suborno da construtura brasileira OAS pelo alegado favorecimento em contratos com a empresa petrolífera estatal Petrobras.

Na madrugada de quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou um ‘habeas corpus’ apresentado pela defesa de Lula da Silva, que visava evitar a sua prisão antes de se esgotarem os recursos na Justiça.

Anteriormente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já havia também negado um ‘habeas corpus’ preventivo a Lula da Silva, condenado a 12 anos de prisão e um mês por corrupção passiva e branqueamento de capitais.

Na sequência da decisão do STF, o juiz federal Sérgio Moro decretou a prisão de Lula da Silva e deu como prazo as 17:00 de sexta-feira (horário de Brasília, 21:00 em Lisboa), para o ex-Presidente brasileiro se apresentar voluntariamente à Polícia Federal na cidade de Curitiba, no Estado do Paraná, sul do Brasil, o que não se concretizou.

Luiz Inácio Lula da Silva, 72 anos, foi o 35.º Presidente do Brasil (2003-2011).