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Mark Zuckerberg diz que regulação das redes sociais é inevitável

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O presidente da empresa e rede social Facebook, Mark Zuckerberg, disse hoje perante o Congresso norte-americano acreditar que é “inevitável” uma regulação da Internet e das redes sociais, desde que sem prejudicar as pequenas empresas do sector.

“A importância da Internet está a crescer no mundo e penso que é inevitável uma certa forma de regulação”, disse o responsável no segundo dia de audiências no Congresso sobre o caso da utilização de dados de membros do Facebook.

“Muitas vezes os regulamentos aplicados fazem com que uma empresa com recursos como a nossa possa respeitá-los, mas para empresas mais pequenas pode ser mais difícil. Esse tipo de coisas deve ser considerado com atenção quando falamos de regras que devem ser colocadas em prática”, advertiu.

Legisladores democratas e republicanos dos Estados Unidos já publicaram uma possível regulação para o Facebook e outras empresas de tecnologia, envolvidas em escândalos relacionados com a privacidade e interferências externas. Não é claro como seria essa regulação e Zuckerberg também não apresentou detalhes.

Mark Zuckerberg está desde terça-feira a responder a perguntas dos parlamentares norte-americanos, tendo sido convocado para explicar os vários escândalos que afetam a empresa.

Além do caso Cambridge Analytica, que viu os dados de 87 milhões de utilizadores da rede usados para fins políticos, as audiências também se centram na possível ingerência russa nas eleições presidenciais norte-americanas, através das redes sociais.

Zuckerberg disse que também os seus dados pessoais na rede social foram vendidos à empresa britânica Cambridg Analytica, que acedeu à informação dos 87 milhões de utilizadores da rede sem consentimento.

Na audiência de hoje, quando questionado pela deputada democrata Anna Eshoo sobre se os seus dados pessoais foram vendidos a “terceiras partes” o fundador e presidente do Facebook respondeu com um breve “sim”. Até agora o presidente da empresa ainda não tinha dito se os seus dados pessoais também tinham sido comprometidos.

Nos mês passado foi divulgado que a empresa Cambridge Analytica teve acesso, em 2014, a dados do Facebook e que usou essa informação para criar um programa informático para influenciar as decisões dos membros da rede social. A empresa terá colaborado com a equipa do actual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na campanha para as eleições de 2016.

Zuckerberg já pediu desculpa várias vezes pelas falhas no Facebook e disse que a empresa está a trabalhar para as resolver.