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Interesse pelo ensino do português continua a aumentar na Venezuela

Caracas. Foto Shutterstock
Caracas. Foto Shutterstock

O interesse pela aprendizagem da língua portuguesa na Venezuela continua a aumentar, apesar dos problemas políticos que o país atravessa, disse hoje o coordenador do ensino do português naquele país, Rainer Sousa.

“É unânime, os coordenadores dos centros dizem que o interesse pela língua portuguesa é crescente”, afirmou aos jornalistas o responsável, que participa hoje, em Lisboa, no segundo encontro de professores do ensino português no estrangeiro, dedicado ao tema “Aprender e ensinar português em contexto multilingue”.

Rainer Sousa referiu que “apesar de a situação ser complicada, a nível político, ainda há muito interesse no ensino de português”, revelando que essa procura também se tem acentuado fora de Caracas.

O coordenador reconheceu que têm havido dificuldades na obtenção dos manuais, mas o Camões -- Instituto da Língua e da Cooperação tem apoiado para ultrapassar este problema.

No total, há cerca de cinco mil alunos de português nos níveis básico, secundário e universitário, num país com perto de 500 mil portugueses e lusodescendentes.

Na intervenção na abertura do encontro, a presidente do Camões, Ana Paula Laborinho, deixou uma “saudação especial” a Rainer Sousa, pelas “dificuldades que enfrenta” na Venezuela.

As manifestações a favor e contra Nicolás Maduro intensificaram-se desde o passado dia 01 de abril, depois de o Supremo Tribunal de Justiça divulgar duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento.

Entre queixas sobre o aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a convocatória para uma Assembleia Constituinte, prevista para o próximo domingo.

A oposição insiste que a Constituinte acabará com o que resta da democracia no país e que será usada pelo Governo para se submeter aos interesses cubanos e avançar com um regime comunista ao estilo de Cuba.

Desde o início de abril, pelo menos uma centena de pessoas morreu nas manifestações.