Ex-candidato presidencial da Venezuela impedido de sair do país
O ex-candidato presidencial e líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles Radonski, foi hoje impedido pelas autoridades de sair da Venezuela.
Capriles, que também é governador do Estado de Miranda, pretendia viajar para Nova Iorque, para reunir-se com o Alto Comissário das Nações Unidas, Zeid Ra’ad Al Hussein, para denunciar a “brutal repressão” contra opositores venezuelanos.
“Estou sendo retido neste momento. Informaram-me que o meu passaporte foi anulado. O meu passaporte está em vigor até o ano de 2020”, escreveu na sua conta do Twitter.
Por outro lado explicou que exigiu aos agentes de emigração que carimbassem o passaporte prevendo que o documento viesse depois a ser manipulado.
“Eu respeito os funcionários, mas não os politiqueiros. Amanhã pode aparecer qualquer coisa no passaporte e depois (do Governo) aparecem na televisão a dizer uma quantidade de mentiras, que o meu passaporte foi roubado, porque é assim que se pode classificar. Não poderei assistir à reunião da ONU”, precisou.
Na Venezuela, nos últimos meses, têm ocorrido denúncias de líderes políticos, deputados, analistas e jornalistas, de que as autoridades aeroportuárias lhes anulam injustificadamente os passaportes impedindo-os de sair do país.
Quarta-feira o radialista venezuelano César Miguel Rondón e a mulher, a jornalista Floralícia Anzola, foram detidos no aeroporto quando pretendiam viajar para o estrangeiro.
As autoridades anularam os passaportes alegando que havia uma denúncia de que esses documentos tinham sido perdidos.
A anulação dos passaportes teve lugar um dia depois de o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, dizer publicamente que César Miguel Rondón deveria ser “acusado judicialmente” por opiniões emitidas.
Entre os afetados, recentemente, pela anulação do passaporte estão também os deputados da oposição Luís Florido e Williams Dávila.