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Congressistas dos EUA pedem a Trump resposta firme após ataque químico na Síria

Foto White Helmets/Reuters
Foto White Helmets/Reuters

Congressistas democratas e republicanos instaram hoje o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a tomar medidas em resposta ao ataque químico na Síria, apesar das últimas tentativas do multimilionário republicano para retirar as tropas norte-americanas daquele país.

Trump enviou sinais contraditórios sobre a sua provável resposta no país árabe, defendendo a retirada dos Estados Unidos do conflito, mas também criticando hoje a fraca resposta do seu antecessor, o ex-Presidente Barack Obama, perante uma situação semelhante.

“Claramente, deve haver uma resposta, deve ser uma resposta internacional”, disse o senador democrata Ben Cardin, membro da Comissão de Relações Externas do Senado, ao programa “Face the Nation”, da estação televisiva CBS.

Por sua vez, o senador republicano Lindsey Graham, membro da Comissão de Serviços Armados, concordou com Cardin, mas aconselhou também Trump a manter a presença norte-americana na Síria, argumentando que a saída dos Estados Unidos beneficiaria grupos como os ‘jihadistas’ do Estado Islâmico (EI) e o Hezbollah.

“Eu criaria zonas seguras na Síria, [para que] as pessoas pudessem regressar ao seu país, a partir dos arredores, e viver uma vida melhor, e treinaria os sírios para enfrentar [o Presidente sírio, Bashar] al-Assad, para que possamos negociar em Genebra a partir de uma posição forte”, declarou o senador norte-americano.

O conselheiro de Segurança Interna da Casa Branca, Tom Bossert, sustentou hoje que não há nada “que não esteja em cima da mesa”, no que diz respeito à Síria, ao passou que o Departamento de Estado instou a comunidade internacional a responder de forma conjunta ao sucedido.

O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Paul Ryan, concordou hoje que Assad deve pagar pelo ataque com armas químicas à população da cidade de Douma, em Ghouta Oriental.

“O ataque químico na Síria é um horror que as nações responsáveis não podem tolerar. Os Estados Unidos devem continuar a liderar um esforço internacional para responsabilizar o regime de Assad e a Rússia pelas suas ações”, acrescentou.

Trump acusou hoje diretamente o seu homólogo russo, Vladimir Putin, e o Irão do ataque químico ocorrido no sábado na cidade síria de Douma, e que matou dezenas de pessoas.

“Muitos mortos, incluindo mulheres e crianças, num ataque químico sem sentido na Síria. A zona das atrocidades está bloqueada e rodeada pelo exército sírio, pelo que é completamente inacessível para o mundo exterior. O Presidente Putin, a Rússia e o Irão são responsáveis por apoiarem o animal do Assad”, escreveu hoje Donald Trump na sua conta da rede social Twitter.

O chefe de Estado norte-americano disse ainda que os responsáveis pelo ataque pagarão um “preço elevado” pelos seus atos e pediu que a zona atacada seja “de imediato” aberta para que as equipas de socorro possam fazer o seu trabalho.

“Outro desastre humanitário sem razão absolutamente nenhuma”, insistiu.

Num ‘tweet’ posterior, o multimilionário arremeteu contra Obama, defendendo que se ele tivesse “ultrapassado a sua prometida linha vermelha” no terreno, o “desastre sírio” teria terminado “há muito tempo”.

“O animal Assad pertenceria à história!”, acrescentou Trump, referindo-se à decisão da Administração Obama de não usar a força na Síria, apesar de ter advertido que o faria, em caso de uso de armas químicas.