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Candidato do PT diz que continua a visitar Lula da Silva na prisão se for eleito

Fernando Haddad exclui a possibilidade de indulto presidencial, apesar de admirador profundo e de lembrar a injustiça ao ex-presidente do Brasil

Foto REUTERS/Nacho Doce
Foto REUTERS/Nacho Doce

O candidato à Presidência do Brasil pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, disse hoje que, se for eleito, continuará a visitar na prisão o ex-Presidente Lula da Silva e excluiu a possibilidade de um indulto presidencial.

Questionado numa entrevista coletiva pelo Jornal Folha de S.Paulo, o portal de notícias Uol e rede de televisão SBT se continuaria a ir à cidade brasileira de Curitiba, onde desde abril Luíz Inácio Lula da Silva cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão, para visitar o ex-chefe de Estado brasileiro, Haddad afirmou que sim.

“Claro. Com certeza. O Presidente Lula [da Silva] é meu interlocutor permanente. É uma pessoa que eu admiro profundamente. Acho que está sendo vítima de uma injustiça que espero ver reparada o quanto antes. Ele [Lula da Silva] é uma personalidade internacional”, disse.

Na mesma entrevista, Haddad, que se tornou oficialmente o candidato presidencial do PT há menos de duas semanas no lugar de Lula da Silva, cujo registo de candidatura foi negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também afirmou que o ex-presidente será seu conselheiro.

“Eu considero [Lula da Silva] um grande conselheiro. Uma pessoa que vai ter papel destacado no aconselhamento, vai falar da sua experiência, falar do que ele aprendeu no Governo (...) Isso é natural numa democracia, ele [Lula da Silva] vai ser ouvido”, disse.

O candidato do PT também respondeu a perguntas da imprensa local sobre a possibilidade de conceder um indulto ao antigo chefe de Estado brasileiro caso ganhe a Presidência do Brasil.

“Quando vocês da imprensa passaram a perguntar sobre este tema [do indulto] chegou ao conhecimento dele [Lula da Silva]. Antes que nós tocássemos no assunto ele fez uma carta em que disse que não troca a dignidade pela liberdade. Na carta o Presidente afirma: o que eu quero é que os tribunais superiores reconheçam que não há provas contra mim e me absolvam”, afirmou Fernando Haddad.

Segundo uma sondagem divulgada hoje pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT/MTA), Haddad ocupa o segundo lugar na corrida presidencial das presidenciais do Brasil, com 17,6% das intenções de votos, .

A primeira volta das presidenciais do Brasil, que deve ser uma das mais disputadas dos últimos anos, acontecerá no próximo dia 07 de outubro. Já a segunda volta está marcada para o dia 28 do mesmo mês.