Madeirense Fábio Silva esteve a “50 metros da explosão” na Arena de Manchester
À conversa com o DIÁRIO, Fábio Silva, madeirense de 34 anos a residir em Inglaterra, esteve presente ontem à noite no concerto de Ariana Grande na Arena de Manchester aquando do atentado terrorista que matou 22 pessoas. Na ressaca deste acontecimento, o jovem natural do Caniçal diz que esteve “a 50 metros da explosão”, numa altura em que já havia abandonado o seu lugar “antes de começar aquela confusão toda no fim, com pessoas e carros a sair”.
Aquilo que pode ser apelidado de milagre, não apaga os momentos vividos no pós-concerto. “Tínhamo-nos levantado dos lugares e nem dois minutos depois de acabar o concerto estávamos no corredor principal e ouvimos um estoiro, olhei à volta e não sabia o que se passava e foi quando começaram a abrir as portas todas e as crianças a fugir, gritar e chorar”, confidencia o sobrevivente deste ataque reivindicado pelo Estado Islâmico.
“Pensei logo que tinha acontecido alguma coisa e foi aí que peguei na minha filha e corremos pelas escadas até chegar à rua”, conta Fábio, que ainda assim mostra alguma surpresa com as medidas de segurança. “Eu acho que o pessoal entrou todo à vontade. Já estive no Pavilhão Atlântico e fui revistado propriamente com detectores de metal, ali só pediam para abrir as malas”.
Num concerto onde “90% do público eram crianças”, foi pelo lado da arena por onde entrou que a explosão aconteceu, mais precisamente na zona onde Fábio e a sua filha estavam a se dirigir no final do concerto, percorrendo o mesmo trajecto. “Era por aí que eu ia voltar a sair e felizmente não chegamos lá a tempo”, confessou o imigrante português.
Quanto aos ânimos em Manchester, “ainda há pouco foi evacuado um centro comercial porque disseram que ouviram um estrondo”, sendo que “a polícia está por todo o lado” e vários transportes públicos como autocarros e o comboio “que passa por debaixo da arena” onde decorreu o concerto não estão em funcionamento.
No futuro, o madeirense diz que vai tentar “não ir para grandes cidades sem ser necessário”, preferindo ficar em Preston, zona onde reside, por ser “calmo”.