“Perguntei o que é que ele (Cristiano Ronaldo) achou do trabalho e ele disse que gostou”. A garantia é dada à Rádio Renascença por Emanuel Santos, autor do busto que ontem pôs o mundo a rir no dia de homenagem a Cristiano Ronaldo e de renomeação do aeroporto da Madeira.

E pelos vistos CR7 não foi o único a aprovar o busto. A família Aveiro, o aeroporto da Madeira e o Governo Regional da Madeira gostaram, assegura o escultor que conviveu ontem com o jogador na sala VIP do aeroporto. “O Cristiano viu as fotos que o irmão lhe mandou. Eu estive com o irmão no museu do Cristiano e, pelas mensagens do Ronaldo, percebi que ele gostou do que viu. Só mandou alterar umas rugas, que dão uma certa expressão no rosto quando ele se está a rir. Ele disse que estava um bocadinho saliente, que o fazia mais velho. E pediu para desbastar mais um bocadinho para ficar mais liso e mais jovial. Mas mandaram avançar porque gostaram do que viram”, refere na entrevista dada à Renascença.

O escultor madeirense que vive em Machico não fica indiferente às críticas e comentários jocosos. Contudo, enquanto autodidacta desempregado, que fez limpezas no aeroporto, garante que quase só tem recebido boas avaliações.

Mas se há más, e são aos milhares, tem explicação: “Não se consegue agradar a todos. É um trabalho complexo. Não é fácil de fazer”. E a dificuldade assenta no facto de fazer uma figura pública que é um desafio. “Isto não é fazer uma figura aleatória. É complicado ver o perfil, lado e trás. Uma coisa é basearmo-nos em fotografias, outra é ter a pessoa ao lado e tirar medidas para fazer tal e qual”.

Consciente que não conseguiu agradar a gregos e a troianos, deixa o recado aos críticos: “Uma escultura é uma escultura e uma fotocópia uma fotocópia.”

Emanuel Santos que desde há dois anos se dedica à escultura conta com duas obras que estão expostas na zona leste da ilha, uma alusiva aos pescadores e outra aos lenhadores. Nenhuma teve o impacto do busto de Ronaldo, trabalho que propôs ao Aeroporto mas que lhe foi pago.