O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, que está a participar no 4.ºFórum das Regiões Ultraperiféricas, lembrou esta manhã em Bruxelas, que o projecto europeu também se constrói no meio do Atlântico, na Amazónia, nas Caraíbas e no Índico, num momento em que as atenções dos estados-membros e das instituições europeias se centram nos efeitos do Brexit e no consequente corte no quadro financeiro e da coesão.

Esta mensagem assume particular relevância na sequência da apresentação pública pela Comissão do “Livro Branco sobre o Futuro da Europa”, no passado dia 1 de Março, e que motivará uma ampla discussão até as eleições europeias de 2019.

“É com grande preocupação que tenho acompanhado as muitas pressões no sentido de uma redução significativa dos recursos financeiros afectos a esta política”, afirmou Miguel Albuquerque, no fórum onde participam também os presidentes das nove regiões ultraperiféricas, entre as quais, os dos arquipélagos vizinhos de Açores e Canárias.

O presidente do Governo Regional olhou o futuro da Europa com preocupação, pelo menos nos seus tempos mais imediatos. “Será também marcado pelo processo de negociação de saída do Reino Unido da União Europeia, o que terá os seus reflexos para o próximo Quadro Financeiro Plurianual e para a Política de Coesão em particular”, lembrou o chefe do Executivo madeirense, dirigindo-se à presidente da Comissão Europeia, Corina Cretu.

“Não temos dúvidas, porque a experiência das últimas décadas é demonstrativa, de que o investimento de que as nossas regiões necessitam só é suficientemente estimulável com uma intensidade dos apoios públicos concedidos através dos cofinanciamentos ou apoios a fundo perdido”, apontou. Uma expectativa que fica ensombrada com a saída do Reino Unido.