Albuquerque endurece críticas a Lisboa
O presidente do Governo Regional da Madeira foi esta manhã à 63º Feira Agropecuária do Porto Moniz endurecer o tom das críticas que tem vindo a proferir contra o Governo da República e contra a TAP. Miguel Albuquerque exortou os madeirenses a estarem “atentos” à postura de Lisboa e ao “tratamento” e também à “igualdade” que tem sido dada de lá para cá em diferentes matérias.
”É importantíssimo que o nosso povo esteja atento à defesa das suas instituições autonómicas, atento à defesa dos seus direitos enquanto cidadãos portugueses, esteja atento à defesa da igualdade de tratamento entre todos os portugueses, independentemente de viverem na ilha ou no continente”, afirmou tendo atrás de si, na plateia, o líder do PS-M que, ao contrário dos cerca de 20 convidados, inclusive o presidente da Assembleia Municipal, o socialista Lino Conceição, preferiu estar sempre sentado enquanto Albuquerque falava, valendo, por isso, logo após a cerimónia, alguns reparos de figuras do governo que discordaram da atitude do autarca.
Nada que tivesse distraído o governante ou de impedisse de continuar ao ataque: “Temos de reivindicar que uma companhia aérea como a TAP, que tem a bandeira nacional, tem a maioria de capital nacional, preste um serviço público digno às regiões autónomas, à Madeira e aos cidadãos que se deslocam a esta Região”, observou referindo-se às centenas de cancelamentos que a transportada tem registado.
E prosseguiu: “Temos o direito de reivindicar junto da República que os compromissos do Governo relativamente às verbas para recuperação dos incêndios sejam concretizadas ou reivindicar que os compromissos para a construção do novo hospital da Madeira sejam cumpridos”, disse Miguel Albuquerque que até chegou ao recinto bem disposto, despachando beijos e abraços com quem se cruzava.
Curiosamente, Albuquerque garantiu que não está no cargo “para ser simpático com ninguém”, mas para “defender as obrigações perante os madeirenses e porto-santenses e para defender a Madeira e o seu povo”, uma declaração que nesse momento valeu alguns aplausos de populares que assistiram à missa campal, em que o sacerdote enfatizou a “obra do profeta assente em propostas coerentes, reais e não propostas ilusórias como muitas vemos nesta nossa sociedade”, proferiu na homilia.
A 63.ª Feira Agropecuária conta com 147 stands representando o sector primário na Região, um espaço que tem sido alvo de recuperação num montante que ronda os 600 mil euros.