“Ainda se pede e dá-se prisão por opiniões emitidas”
Dizia Raquel Coelho nas comemorações do 25 de Abril da Câmara Municipal do Funchal
Na cerimónia solene que aconteceu, esta manhã, no salão nobre da Câmara Municipal do Funchal, a deputada municipal do PTP, Raquel Coelho, queixava-se de violação do direito à liberdade de expressão, 44 anos após o 25 de Abril.
“Posso vos dar um exemplo de como direitos elementares como é o caso da liberdade de expressão e imprensa em Portugal estão pelo um fio: ontem, o MP da Madeira, pediu uma pena de cadeia de dois anos à minha pessoa e a um conjunto de companheiros do meu partido. Não porque tivéssemos cometido qualquer crime, não roubamos, não matamos, não enganamos ninguém – somente por expressarmos as nossas convicções políticas”, disse Raquel Coelho, sublinhando que a situação parece “algo surreal e longínquo, que só aconteceria na Turquia ou em Angola, mas em Portugal em vésperas da celebração do quadragésimo quarto aniversário do 25 de Abril ainda se pede e dá-se prisão por opiniões emitidas”.
Raquel Coelho recorreu ao processo em que é arguida, no caso envolvendo a juíza Joana Dias, para dizer que hoje o Ministério Público pediu a sua condenação (a dois anos de prisão).