Natal?
O Natal é isso mesmo. Uma manifestação brilhante, presépio dispendioso, negócio, notícia e espectáculo de fazer corar, de coisa aborrecida, angustiante, deprimente e bastante cinzenta apesar das muitas luzes que alumiam a todos, e nos persegue durante a vida, entre a tristeza e a alegria. No entanto, para aqueles que sabem contrariar a lágrima sofrida, que dispõem de fartura dourada, e têm a arte de o fantasiar, embrulhando em seda, em papel, ou em veludo, mesmo que seja do chinês, o símbolo do amor e da recordação, que logo no dia seguinte se esvazia, e nos devolve ao ano padrão estabelecido e habitual, que nos percorre dia e noite, e ainda por cima com as finanças mais em baixo, um Feliz Natal, e Próspero Ano Novo. O que eu duvido venha a acontecer em muitos lares, nas passereles da ribalta violentada, no meio de guerras, à deriva nos mares escuros, e hospitais enfraquecidos. Paz para todos em família e no mundo, já seria bom. Mas é pedir muito, não é?