ACIF adverte para os prós e contras da operação
Ligação ferry favorece alguns sectores de actividade mas prejudica outros, lembra Cristina Pedra
A ACIF não se pronuncia sobre as características do navio que vai assegurar a ligação ferry entre o Funchal e Portimão para não tomar posição num processo que divide muitos dos associados, consoante o sector de actividade. É que “enquanto uns estão satisfeitos com a possibilidade de poderem fazer fornecimento pós-venda, outros estão muito preocupados com a possibilidade de terem, inclusive, de encerrar os negócios que foram construindo”, lembra Cristina Pedra, presidente da Associação do Comércio e Indústria do Funchal – ACIF.
Razão suficiente para não emitir opinião sobre as características específicas do navio, mas em contrapartida, reafirmar aquilo que enquanto dirigente da associação empresarial tem dito em relação à ligação ferry.
“Há associados que gostariam e demonstram ser necessário o ferry para a sua actividade empresarial, nomeadamente aqueles que têm uma ligação industrial e que poderão usar o ferry para levar da Madeira para o Continente Português camiões oficinas e que possam estabelecer condições de manutenção que de outra forma não podem, ou podem só subcontratando recursos no resto do país, e portanto essa é uma franja de associados que desde início se mostrou favorável ao ferry”, começou por apontar. De imediato concretiza que “em situação cumulativa temos um outro conjunto de associados que sobrevivem e têm já empresas estabelecidas, em especial na área agro-alimentar e na área agrícola, que têm um conjunto significativo de abastecimentos a cadeias hoteleiras e que já criaram diversos postos de trabalho, têm a sustentabilidade do seu negócio feito na qualidade dos produtos que cultivam, desde logo pela micro escala que existe na Madeira e que veem com muita apreensão a entrada do ferry porque poderá vir - e virá com certeza -, produtos alimentares muito mais económicos, é certo sem a qualidade que a micro produção permite, mas que poderá pôr em questão a solvência das empresas e dos postos de trabalho criados”, admitiu.