DNOTICIAS.PT
PUB
PUB
Regionais 2025 Madeira

Cafôfo regressa à infância para falar do futuro

None

A campanha eleitoral do PS passou hoje pela creche do Convento de Santa Clara. Em verdadeiro rigor, ficou à porta da creche do Convento de Santa Clara. Mas já lá iremos.

A ida de Paulo Cafôfo àquele local significou um regresso à infância. O presidente do PS-Madeira e cabeça-de lista do partido às eleições legislativas regionais do dia 23 deste mês, foi, pela primeira vez à creche do Convento quando tinha três meses. Por lá foi ficando, enquanto aluno, até aos seis anos. Esteve na creche e na pré.

PUB

Dessa altura, além de cinco amigos, guarda algumas memórias, como a de brincar com pneus velhos, empurrados com dois paus, que eram guardados na horta, para desgosto a ralhação da irmã responsável pelo espaço.

Outra memória, que guarda, foi a ocorrência de um terramoto. Nesse aspecto, a memória não é precisa, não consegue identificar o ano. O mais provável é ter sido em 1975, quando a terra madeirense tremeu durante 35 segundos, como noticiou o DIÁRIO no dia 7 de Março daquele ano.

Paulo Cafôfo recorda-se do medo transmitido pelas freiras, em particular, que a torre da igreja cedesse. Não cedeu. Mas os alunos foram todos levados apressadamente para um pátio interior, onde aguardaram até que a situação acalmasse.

As duas memórias aqui referidas podem ser uma alegoria para o que aconteceu, hoje, pelas 11 horas.

À hora marcada, estava Paulo Cafôfo e, pelo menos, mais 16 militantes e candidatos à porta da creche. O primeiro a entrar no pátio, que também dá acesso à capela e à área museológica, foi Câfofo. Mas, aí, duas responsáveis vieram informar que não podiam visitar, nem a creche, nem qualquer outro espaço. Do pátio não podiam passar.

Uma irmã e outra mulher, por mais de dez vezes disseram que era “por ser altura de campanha”. A insistência vinha com um aparente atrapalho, até porque Paulo Cafôfo não insistia em entrar na creche, respeitando a posição de última hora. Para visitar a parte cultural era, diziam as duas responsáveis, necessária autorização da Direcção Regional de Cultura e, para a creche os pais teriam de ter sido informados e autorizar.

Cafôfo apenas questionou se as declarações à comunicação social poderiam ser prestadas no pátio, tendo obtido resposta positiva, com uma condição: não podia aparecer ninguém da instituição. Assim foi, porque, como voltaram a dizer: “É muito delicado em fase de campanha eleitoral.”

No final da iniciativa, ao DIÁRIO, Cafôfo mostrou-se renitente em falar do acontecido. Perante a nossa insistência, disse que havia sido pedida autorização ao Convento e que a mesma fora concedida. Aparentemente, as irmãs terão julgado que estaria em causa a visita de uma ou muito poucas pessoas e não as quase 20 que se apresentaram.

PUB

O presidente do PS fez questão de encerrar o assunto naquele momento e local, preferindo manter as recordações de infância e o foco nas propostas do partido, para a área da educação, que acabara de transmitir à comunicação social.

Em síntese e depois de dar relevo à importância de apostar na educação, desde tenra idade até à adulta, o presidente socialista lembrou que uma das propostas do partido é garantir creche gratuita a todas as crianças e o pagamento das propinas a todos os estudantes madeirenses do ensino superior.

Cafôfo também foi questionado sobre o momento político nacional, mas preferiu centrar a sua mensagem na política regional, nomeadamente sobre a necessidade de estabilidade, o que se afigura difícil no País e no Mudo. Mais uma razão para os madeirenses desejarem um governo estável. Para isso, diz, é preciso não dispersar votos e apostar no PS.

Equipas por toda a Região

O PS tem equipas de campanha por toda a Região, com maior incidência na área metropolitana, que vão ao encontro dos eleitores, em contactos de porta-a-porta.

Hoje de manhã, por exemplo, Paulo Cafôfo já havia estado em campanha do centro da cidade de Câmara de Lobos. Nesta tarde, estará em acções a decorrer na zona da Madalena (Madalenas) no Funchal e no Galeão.

Como aconteceu à porta da creche de Santa Clara, à hora marcada, os elementos que se comprometem a estar presentes em cada actividade, vão aparecendo. Depois começa a acção de rua, com a aposta na conversa directa, com o apoio de comunicação escrita (folhetos) e da sempre apreciada esferográfica.

Por regra, a receptividade é boa, até porque muitas pessoas não dizem aos candidatos o que verdadeiramente pensam. Na manhã de hoje, assistimos a isso mesmo: alguém queixava-se de que Cafôfo, quando esteve na CMF, e de que Albuquerque, no Governo, não lhe deram uma casa. Diz pagar uma renda de mais de mil euros e, para a pagar, ter dois trabalhos: um da meia-noite até de manhã, num hotel, e da manhã até às 19 horas num café. “Durmo três horas”.

A verdade é que é bom ser bem recebido, mas a receptividade pode ser enganadora. Há uns anos, um dirigente partidário contou ao DIÁRIO ter realizado um almoço com 1.500 pessoas num pequeno concelho da Madeira. Tudo pessoas desse concelho e com idade de votar. Nesse acto eleitoral, o partido teve bem menos de 1.500 votos nesse concelho.

PUB

Nesta campanha, o PS dispõe de outros meios habituais, como os carros com som e decorados com a imagem do líder, com apelo ao voto. Mas também de um novo meio. Um carro de caixa aberta que serve de palco a intervenções em locais de com pequenos aglomerados de pessoas.

Cafôfo segue confiante, pelo menos é o que aforma, que, nunca como agora, é possível arredar o PSD do poder. Dentro de 11 dias saberemos se tem razão.

Podcasts

×